Como é que vai? Mas eu vou!

Uma dica, antes de começar a ler esta crônica, deixe rolar o Canto de Ossanha e fique atenta ao refrão.

Eu me prometi que 2019 será diferente. Nada de melancolia, derrotismo, descrença e desânimo. Nada de achar que o mundo não tem mais jeito, que tá tudo muito ruim e que a vida é isso mesmo, esse amontoado de acasos infelizes, seja no meu macro ou micro mundo. Nada disso, 2019 será um ano de cor.

Mas aí, ninguém acha o Queiroz, mas aí tem o Flavinho (o filho do “homi”). Até aí nada, porque isso de pessoas corruptas a gente está mais do que acostumada no Brasil seja no macro mundo de Brasília ou no nosso micro mundo mesmo, àquele que fura fila, estaciona em lugar proibido, faz piadinhas preconceituosas, tem horror ao Pablo Vittar e por aí vai. Como é que vai?

Mas aí as pessoas andam relativizando a bandidagem do Flavinho. Dizendo que ele é o décimo quarto (acho que foi esse o ranking que ouvi) na fila da Coaf, que teve gente que roubou muito mais do que ele. Mas aí que tem gente que, quando se fala de Flavinho, evoca toda a árvore genealógica do Lula, àquele que tá la na cadeia devido ao Triplex no Guarujá e o sítio de Atibaia. Como é que vai?

Ai não, o pecado do Lula é muito maior do que isso. E eu sei que é. Mas aí que eu ouvi também recentemente que o PT, vulgo, Lula, foi o responsável pela crianção do racismo no Brasil.

(Um minuto de silêncio)

Sim, quer que eu repita, vou repetir, Se você ainda não acreditar, eu desenho. A pessoa me disse que, antes – vide, período da ditadura militar-, não tinha nada disso de racismo. Não tinha negros contra brancos como se tem hoje, muito menos nós contra eles. Foi o PT que fez essas coisas. Aliás, para uma galera, nem ditadura houve no Brasil. Aliás, pra essa galera, foi o melhor período para se viver, pois, tudo era muito seguro, só ia preso que era “bandido”. Como é que vai?

(Mais um minuto de silêncio)

Eu poderia seguir com essa crônica tentando explicar o recorte que vai desde a colonização, escravidão, criação das favelas e da “bandidagem”, mas eu não vou entrar, hoje não, nessa seara, ok? Vamos seguir porque 2019 vai ser lindo.

Mas aí vem Brumadinho. Caramba, ainda estamos em Janeiro. Será possível que não haverá uma trégua. Uma tragédia que deve matar pra lá de 300 pessoas e que poderia ter sido evitada não fosse a ganância e a BANDIDAGEM de “colarinho branco”. Agora, sim, bandidagem em letras garrafais. Bandidagem que corrompe, que compra licenciamentos e licitações, bandidagem que mata de carrada, bandidagem que constrói um restaurante debaixo de uma barragem, bandidagem que não fiscaliza e se fiscaliza deixa passar por um troco qualquer que irá lhe servir pra comprar uma lancha com o preço de milhares de famílias devassadas nas costas. Como é que vai?

(Aqui, de verdade, um minuto de silêncio)

Será que essas pessoas têm a consciência pesada? Será que dormem à noite sabendo que MATARAM outras centenas de pessoas. Não é possível que não doa.

Aliás, não, agora é hora de gritar e gritar muito. Pedir, pelo amor de Deus, que o então presidente não haja como agiram os outros. Que não seja o “desenvolvimento” da nação a custo da falência e morte dos indivíduos. Que o slogan “Brasil acima de tudo”, signifique “Brasileiros acima de tudo”, seja qual for esse Brasileiro. Seja eu, você, os nossos e os que nem conhecemos.

Mas ainda não acabou. Aliás, parece até que já estamos em Maio, de tanto que esse Janeiro tá intenso.

Mas aí que o presidente eleito não quis participar da coletiva de imprensa em Davos e fez um discurso de 6 minutos, quando teria 40 pra falar. Os defensores do Jair relativizam tudo, dizem que ele realmente não tem o “dom” da palavra, por isso não fala. Pergunto: Como você faz pra fazer entender que, das duas, uma:

Explicando a minha segunda hipótese, na minha humilde opinião, Bolsonaro ainda não conseguiu se desvencilhar do cara que ficava gritando o nome do Brilhante Ulstra na bancada da câmera pra meia dúzia de desinteressados que nunca aprovaram um projeto seu. Ali, a meu ver, há um ditador cheio de vontades e muito pouco afeito a debate e, agora, anda criticando a imprensa. Sim, a imprensa que está longe de ser idônea, mas limá-la do discurso é o primeiro traço de um regime ditatorial. Como é que vai?

Ele ainda não sacou que está governando também para quem votou em branco e no Haddad. Agora, ele precisa medir as palavras, falar para todos e não só pros apoiadores, pra não dizer defensores dele. Mas vão achar que eu tô torcendo contra. Não, na verdade, ele é que joga contra.

Puxa, eu já estava fazendo amizade novamente com meus amados Bolsominions, é verdade isso, eu conheço muitos e gosto deles, sim. São pessoas que não se encerram em um presidente, são muito mais do que isso. Tinha até dito que iria seguir o conselho de esperar os primeiros 100 dias para criticar, mas saiu. Não consigo, é notícia, é fato. Droga. Devia apagar.

Mas aí que eu estou encontrando e reencontrando umas pessoas que quero bem, que me fazem bem. Mas aí que eu recebi uma mensagem de alguém que admiro pra caramba dizendo que tô no caminho certo e me elogiou tão lindo. Mas aí que eu tenho um pai e uma mãe que não concordam comigo em tudo, mas que são as melhores pessoas das quais eu poderia estar cercada nessa vida e além. Mas aí que tem o Nelsinho. Mas aí que tem um monte de projeto lindo que eu tô mirabolando. Mas eu vou!

Mas aí que eu tenho a crônica. Mas aí que sábado tem pré-carnaval. Mas aí que a vida segue e a gente tem uma sorte danada de ter calhado de nascer. Mas eu vou!

Mas aí que eu tenho você que me lê. Mas eu vou!

Você tá aí?

Feliz 2019. Vamos?

Deixe o som ligado nesta sintonia aqui, é uma benção essa vida, esse samba.

E se você não leu minha crônica da semana passada, clica aqui.

2 respostas

  1. Tive o prazer de lhe desejar FELIZ ANO pessoalmente….sei que será um ano de muitos erros e sei tb que será de muita esperança….afinal chega de sofrimento.Quem errou tem que pagar….quem quer acertar merece uma chance…e vamos com fé. Love you.

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