Essa foto linda é porque ela é contemplativa e contemplar me reconecta comigo, me traz de volta, fico ótima.

Hoje eu tô naqueles dias que pra escrever fica mais difícil.

Não é que tenha me dado um branco exatamente, mas é porque as emoções não se esclarecem para mim tão facilmente. Uma confusão mesmo, de sentimentos e sensações.

É aquele mal estar, um certo desconforto que parece até gripe, mas não tem um espirro e nem tosse.

Chega a dar uma dorzinha no corpo, mas não é nada fisiológico. É cabeça, certeza. Se Freud estivesse aqui mataria na hora a charada. Minha analista há de matar também.

Essa sensaçãozinha pode vir de qualquer canto. Pode ser da balança que subiu um quilo só porque você tomou cerveja como uma alemã e comeu chocolates com açúcar (mas com tanto afeto, comprado especialmente pra mim… não podia deixar, né?).

Aí o peso se mistura com o fato de você achar que tem gente abusando da boa vontade da outra. Nâo da minha, porque se fosse eu já teria falado, mas de quem eu gosto, aí eu fico doente, nem durmo direito, mas tenho procurado pensar que as pessoas têm o poder de escolher o que permanece em suas vidas e eu não posso ficar julgando eu mesma o que é melhor pra vida de outrem. Mas me faz mal.

Pode ser também aquele fastio que dá que não é de comida, mas daquilo que ainda não aconteceu e você queria muito . Daí você não sabe direito como fazer, como esperar pra fazer, qual a melhor hora de encarar de frente e fica se escondendo atrás de um monte de obrigaçõezinhas e não realiza o difícil. 

Ansiedade, pode ser ansiedade também. Mas também pode ser só o tempo que virou, tava sol, nublou, esfriou e o nariz da gente começa logo a coçar… Parece gripe, mas pode ser só o emocional mesmo.

Pode ser saudade, pode ser DAVNI (DorzinhadeAamorVNãoIdentificada), aquela que você nem sabe que tá doendo porque nem dimensiona direito o valor do outro na sua vida, mas algo em ti se dói com a falta. Às vezes é difícil se carregar sozinha, apesar de que a liberdade vale a pena. Confuso, né? Mas pode ser, sei lá.

Não, é não, já sei. É aquela impressão de que a sua vida tá passando e você ainda não sabe direito a que veio. É aquela angústia de dar resultado, de ser alguém na vida, alguém que faça a diferença, e, claro, gere caixa, fluxo de caixa, porque a gente só tem orgulho da gente quando tá ganhando dinheiro. Fulana é super criativa, mas se não ganha dinheiro com isso ninguém vai aplaudir tanto e, muito menos, pagar as contas dela, claro. 

A gente vale o quanto pesa, não na balança, no bolso. Triste, né? Há exceções, eu sei, mas peço compaixão porque hoje estou naqueles dias meio sombrios. Uma confusão medonha.

Conflito. Conflito de família, isso me deixa morfina. Gente que para de se falar, amizades de longas datas prejudicadas por uma discussão de 40 minutos. Anos e anos e afeto jogados ralo abaixo. As pessoas adoecem e isso me dói e me derruba e me deixa confusa porque nem tá acontecendo comigo, mas a energia me ronda e eu me embrenho dos outros. Medo de perdê-los, saudade de tê-los.

Eu devia ser menos simbiótica. 

Acontece que, em dias assim, eu fico embaralhada, sem saber direito nem o que escreva. Falta-me aquela ideia objetiva de um fato cotidiano banal, comum, para ser transformado em crônica que possa levar alguém a refletir sobre algo. Perdoe! Eu devia era publicar uma das mais de vinte crônicas escritas e ainda inéditas, mas fui ver a da Marielli, por exemplo, e deveria tê-la postado dois dias depois daquele crime bárbaro, que foi quando a escrevi.

Se bem que, com a impunidade até agora deste crime, caberia muito bem postá-la hoje, pois, ainda nada, né? Estamos aqui, resistindo, aguardando, não pensem que nos entorpecem não.

Mas fica pra semana que vem, já que a justiça deve tardar, como de costume. Uma pena! Preferia meu texto obsoleto.

Deve ser uma virose mesmo… Ou não. 

 

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