Helena. Mulher, madura, trinta e poucos: feita, como dizem. Trabalhadora, culta, inteligente: interessante, como dizem. Casada, rica, viajada, mora bem: sortuda, como dizem. Tem saúde, família boa, amigos, posses: abençoada, como dizem. Ansiosa, medrosa, desconfiada, insegura: boba, como dizem. Apaixonada, rejeitada, magoada, triste: mimada, como dizem. Coração bom, que sente amor, que não entende o não, que não sabe de si: desavisada, como dizem. Sonha alto, se joga lá de cima, se quebra mil vezes, faz tudo de novo: teimosa, como dizem. Helena sofre por não saber conciliar as várias “ela” dentro dela. Helena segue, mesmo sangrando, pois parte dela tem vocação pra felicidade. Helena ambiciona, ainda que incrédula, pelo dia em que encontrará sua paz… Ou pelo dia em que ela encontrar-se-á consigo (ou seriam com várias?), dará um abraço bem apertado, fará as pazes e pedirá perdão por todo o mal causado.

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