Sonho Caetano

Sonho Caetano
Essa noite sonhei com Caetano Veloso.
Com violão na mão, ele estava ali, igual a um rádio, para cantar todas as canções que eu pedisse. Eu ficava tão nervosa que até me fugiam as letras da cabeça. Uma loucura!
Acordei achando engraçado ter entrado Caetano no meu inconsciente, mas achei bom.
Costumo dizer que Caetano Veloso, vinho e massagem nas costas são a mesma coisa, tudo faz bem, acalma, e revigora. E eu que “respeito muito minhas lágrimas, mas ainda mais minhas risadas”, adorei ter este filho de Gandi como companhia noturna.
Mas por que Caetano foi chamado pelo meu Id e não o Chico Buarque, o Dom Juan que permeia minhas fantasias de encontros casuais aqui no Rio (saio pelas ruas em busca daquele olhar derretido, aquela voz rouca, aquele sorriso tímido… Para minha tristeza, nunca o encontrei!)? Porque o baiano e não o carioca de olhos azuis, o artista mais completo que já se viu nesse mundo – eu acho – compositor das mais lindas canções e que descreve como ninguém o sofrer da alma feminina?
Daí veio a resposta mágica, conclusiva e de alívio para o meu ser cansado de sofrer: eu parei com isso!
Simples assim, depois de muito tempo em questões existenciais, da crise dos trinta, de angústias sobre o que fazer ou não, que caminho seguir, ficar ou ir, parar ou mover-me, “ser ou não ser, eis a questão”; finalmente agora eu serenei.
Aí Caetano se encaixa perfeitamente bem nesse novo contexto. Caetano acalma, é música profunda, mas de melodia doce, como que vai massageando o local por onde passa para não ferir. Caetano é colchão mole com travesseiros pluma de ganso, é vinho tinto e lareira quente. Caetano é fondue.
Caetano é encontrar-se com quem se quer, porém alguém conhecido, que não assusta e nem exige nada, só amor. Caetano é paz interior em forma de festa. Caetano é conversa mole ao pé do ouvido, Caetano é ausência de cobrança, Caetano é doce compromisso.
Podia até ser criada uma expressão do tipo: “Quero uma noite Caetana hoje”, ou, “Tô me sentindo tão Caetano hoje!”, ou ainda “Você está tão Caetano hoje!”.
E assim, seguiríamos em busca dessa felicidade Caetana, que aparece em sonhos e se transforma nessa crônica meio non sense, mas, como bem diz o ilustre: “De perto ninguém é normal”.
Bom dia!

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