Por que escolhemos amar?

Acabei de ser tia. Nasceu Nelsinho, filho do meu irmão.
Mal convivemos, mal o conheço e já sei que o amo. Sei também que esse amor ainda vai crescer, pois as descobertas frutificam esse sentimento que precisa ser regado e cultivado.
É assim com pai, mãe, marido, namorado, amigos, bichos, nossa casa, o carro, a roupa… É assim em qualquer relação, seja com pessoas ou coisas, a gente se dedica a amar de alguma forma.
Mas por que? Por que é a via do amor que escolhemos para sobreviver? Por que o amor da cor às histórias? Por que, se muitas vezes ele dói tanto? Por que amamos? Pra que amamos?
Não poderíamos simplesmente pautar nossas relações pelo respeito, pela cordialidade, pela educação, ou pela segurança?
Teoricamente, transações pessoais seriam as mesmas e viveríamos numa praticidade organizada e mais ou menos previsível. Seriamos assim, quase robôs, mas rodaríamos o mundo.
Só que não!
A gente escolhe o amor porque ele é o mais forte dos elos entre dois seres humanos e entre os seres humanos e o resto. Escolhe porque ele apimenta, aprimora e dá vida a tudo o que poderia ser quase morte.
A vida sem amar é piloto automático, é hábito, é coisa morna. É o amor que dá moldura, contextualiza, define o entorno do que estamos vivendo. Precisando do amor para não pirarmos de tédio, de rancor, de raiava.
É preciso amar para poder se dedicar, para acordar todos os dias afim de ser um pai melhor, uma mãe mais presente, uma esposa mais parceira, para que se queira prosperar no trabalho.
É preciso amar coisas para que elas tenham sentido.
Só o amor é capaz de dar sentido, é por ele que nos orientamos e só ele que tem a força de nos puxar.
Amor é combustível.
Hoje eu tomei mais um conhecimento do que o amor é capaz. Sentir saudade de uma pessoinha de 24h e voltar à maternidade só pra ver seu rostinho e olhar para o Nelsinho dormindo. Já estava bom demais assim. Porém, por sorte, era hora de levar pra trocar a fralda e fui eu quem pegou no colo.
Tá vendo? O amor ainda tem disso, traz surpresas em suas entranhas para que nosso coração, cansado de guerra, nunca desista de amar.

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