A desesperança

Faz uns anos, eu li um livro sensacional chamado “A felicidade desesperadamente”, do André Comte. É bem pequenininho, mas cheio de ensinamentos.
O assunto principal do livro é a Desesperança. Porém, ao contrário do que este tema incita, não se trata da falta de esperança, mas, simplesmente, do não esperar.
É aí que o bicho pega!
Lembro-me de que amei a leitura, mas não consegui assimilar e internalizar de cara o que o ‘não esperar’, ou ‘não ansiar’, ou ainda, o ‘não querer que as coisas se apressem’ era o caminho para a felicidade.
A ansiedade faz a gente achar impossível não querer nada além do que viver o bendito presente. Como estar plenamente em um momento, sendo que um segundo atrás já virou passado? Vivia, então, planejando e me preocupando com o futuro.
Pois é, só que eu mudei!
Depois de uns dois anos quebrando a cara numa investida angustiante a ansiosa em diversos temas que não me levariam a nada, eu parei de querer.
Simplesmente parei de buscar de querer e de fantasiar sobre o que não aconteceria.
Isso não significa deixar de fazer planos, de sonhar e de deixar minha cabeça divagar pelo mundo da lua, mas fiquei muito mais em paz depois que serenei.
Impressionante como, quando a gente deixa de esperar por algo, algo vem. Não o mesmo, mas o que você nem estava se dando conta de que estava ali só te esperando, ou seja, só aguardando você acalmar o coração e aguçar o olhar pro que te faz bem, pro novo.
Sai um peso das costas que nunca teve forma direito, pois esperar pelo que virá é tão incerto, tem tantas variáveis até chegar lá, que pode acabar nem sendo o que deveria ser.
Confuso, né? Por isso é melhor deixar correr solto.
Sobra mais tempo quando não se está aguardando o futuro chegar para dar cabo do seu presente ansioso.
Assim sobra mais tempo inclusive para ouvir seu IPod na ordem das canções que ele resolver tocar pra você, sem ficar buscando AQUELA música, e se permitindo escutar o danado, que é cheio de vontades, tocar de Caetano a Zeca Pagodinho, Maroon Five a Fundo de quintal, de Elza Soares a Chico Buarque.
Um belo acaso, não?

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2 respostas

  1. Amei, Lu. Concordo com tudo o que você disse. Acho que tem a ver também com saber “enjoy” (por falta de palavra melhor em português) as cartas que você tem na mão agora.

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