Amor é manchete de jornal

   

O amor é manchete

Extra, extra, o amor é manchete!!!

É, minhas amigas, o amor, ou a falta dele, são os maiores desajuizadores da cabeça de um ser humano. Tolice combater as drogas, a bebida, o cigarro, o chocolate e a coca-cola… Se querem botar as pessoas no prumo, meu bem, invistam no combate ao amor. Até porque muito do consumo dessa ilicitude toda vem do amor não correspondido, aposto.

Quem ama lá tem tempo de pensar em encher a boca de chocolate? Dizem que sexo é muito melhor.
Quem ama lá vai querer passar o tempo todo chapado? Dizem que sexo é muito melhor. Quem ama lá vai querer beber coca-cola e se encher de celulite? Dizem que beijos e amassos são muito melhores…

Adendo: antes de mais nada, aqui não há apologia alguma a nada, ok? Apenas contém humor. Continuemos.

Pois bem, mas por que esse problematização em torno do amor, Luciana? De onde vem este seu hiperbolismo? Eu conto.

Peguei o jornal o Globo de hoje (não sei quando você vai ler essa crônica, o meu hoje é 28/02/2018) e sempre descarto o resto e corro pro Segundo Caderno, o qual só se fala de arte e cultura. E de amor. Não me interessam as más notícias, o Temer e a intervenção militar. Logo que acordo, sempre corro pra arte, que é uma forma linda de amor.

Pois bem, corri pra última folha, onde sempre tem um cronista. Hoje quem tava lá era a Ana Paula Lisboa. 

Para a minha surpresa, meia página do jornal o Globo se dedicava ao fim de um relacionamento de 5 anos da cronista supracitada com alguém que foi embora pra Califórnia, assim eu entendi. Lá no final ela disfarça e diz que a crônica é composta por uma série de fragmentos de textos antigos… Bem, não sei se sim ou se não, mas fato é que todas aquelas linhas, que valem uma fortuna para o anunciante, destinavam-se a tratar do fim do amor especificamente de uma pessoa.

A crônica é linda, é emocionante e a especificidade de um bom escritor termina por ser o que se passa por dentro de vários leitores. E eu me vi ali, naquela partida, naquela despedida, naquele coração dilacerado, mesmo não tendo ninguém ocupando o meu neste momento. Ando tomando tanta coca-cola com chocolate que é de dar dó.

Mas o amor merece destaque, claro, em jornais e outdoors do mundo inteiro. Como bem me disse um escritor amigo meu, mestre mor do amor contemporâneo no Brasil, o amor é o maior responsável por movimentar a economia. 

Segue o discurso discorrido:

-Por amor o “caboco” move o mundo… Compra flores, pega um avião e se manda pra encontrar a mulher, compra presente, roupa nova, chocolate…

Concordo Xico, poucas coisas nos mobilizam mais do que o amor, do que a paixão.

A gente perde o bom senso, fica monotemático e o nosso mundo fica do tamanho de um ovo de codorna, mas a gente tem certeza de que toda a humanidade comunga e entende o que se passa dentro do nosso coraçãozinho. É claro que você só pensa nele (a), o amor é autodidata, não precisa explicar.  Como assim as pessoas não aguentam mais o seu papo? Que povo mais amargo, mais desalmado, mais sem amor. Aff.

Pois o título da Crônica de Ana Paula era: Carta para F – Número 1*. Assim, sem “arrudeios”. É o jornal de maior circulação no Rio de Janeiro testemunhando esse sentimento intransitivo. O que significa esse asterisco depois do um eu tô até agora tentando descobrir. Sei lá, só sei que na semana que vem eu quero ler a Número 2*, pois é bastante provável que esse desabafo doído não tenha se encerrado por aqui.

Segue um trecho:

“Obrigada pela paciência com os meus silêncios e com o fato de eu não ter respostas para tudo”.

O bom senso só manda a gente dizer em diário, né? Mas o povo anda dizendo essas coisas no facebook também. Pois agora dizem pe em jornal, meu bem. O amor impera, domina e lacra. Pá! Quem não gostar que use a folha pra embrulhar seu peixe, mas o amor vai continuar lá, fedendo, mas vai.

Gente! Tá no Globo, não é minha mentira, dividindo espaço com o insignificante presidente do Brasil. Meu voto vai pro amor nas próximas eleições. Caos por caos, sou mais a desordem dos sentimentos, do que a corrupção. Que se roubem os corações e que se prendam as paixões. Que inflem os sentimentos e que malas e malas de viagens sejam encontradas nos aeroportos e rodoviárias dos encontros. Que nas cuecas, em vez de dólares, “otras cositas más”.

Que vença o amor, porque manchete de jornal ele já é.

Amo!

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