Acabei de vir do meu encontro, cada vez mais raro, com as minhas amigas da “facul”. Éramos quatro – e ainda somos – mas nossos encontros perderam uma das integrantes que saiu da “facul”, cresceu, casou e já virou foi mãe, assim como as outras duas do quarteto, menos eu. Mas um dia serei.
Acontece que, quando estou com elas, é como se a gente congelasse o tempo, ou voltasse nele. É como se, naquela uma hora e meia que passamos juntas, a gente voltasse a ser aquelas meninas cheias de sonhos, dúvidas, planos, projetos, descrenças, raivas, angústias, amores que iam, vinham, uns que ficaram, outros que se foram. É como se ainda fôssemos jovens.
É duro demais crescer! As exigências são muitas, o trampo é pesado, as cobranças e preocupações infinitas e, soma-se a isso, o momento de semiguerra que estamos enfrentando no Brasil, fora a crise e a incerteza econômicas que tem tirado o sono do país da “ordem e progresso”.
É um dia inteiro de corre-corre, trabalho, análise, fisioterapia pra tratar do joelho “quengado”, vai na dentista… A amiga desmarca o encontro porque não tem quem fique com a filha, a outra diz que vai se atrasar porque não conseguiu sair da labuta, você chega exausta em casa, olha pra sua caminha, paquera com ela, mas resiste e entra no banho. Escolhe uma roupa bem legal, que te deixe “jovem” para não parecer que o tempo anda passando avassaladoramente e finalmente vai pro encontro com as amigas da “facul”.
Pronto! Tá tudo resolvido na sua vida. Nós, hoje, trocamos mil conselhos, uma cuidando da outra, uma se solidarizando com a outra, se emocionando com sentimentos que nos são familiares há mais de quinze anos. Sabemos do que passamos, do que – e de quem – perdemos ao longo do percurso. Foram amigos, pai, avôs, amores, saúde, certezas, trabalhos, um pouco de garra e bastante colágeno. A gente vai conversando e, por vezes, um filme passando na minha cabeça das aulas que tínhamos, das festas que íamos, dos porres, das risadas e conversas.
Parece nostálgico e triste, mas não é não, é bonito de se ver.
É lindo de ver tudo o que foi garimpado até aqui: carreira, filhos, casamentos bacanas, viagens, sabedoria, maturidade, serenidade, de certa forma. É lindo de ver que o tempo está passando e que se construiu um laço forte lá atrás, que estará atado a você pro resto da vida.
As amigas da “facul” serão a nossa eterna ponte com “nossa linda juventude”, é meio que “eu sei o que vocês – e eu – fizemos no verão passado”, mas foram verões incríveis.
Mais lindo ainda é saber que somos e seremos mães, mas que a nossa porção jovem, e até infantil, ainda está aqui, e irá junto até o fim. Continuamos cheias de incertezas, contudo, agora mais certas do que não queremos mais. Cheias de vida, mas com a sapiência de preferir esperar o momento certo para agir. Cheias de angústias, mas com filhos que requerem de nós orientações, caminhos, portanto nem dá para perder tempo com “frescuras”.
Foi vida que seguiu, e segue, solidificada na amizade, que é o que de mais valioso conquistamos nessa vida.
Para minhas amigas da “facul”, minha inspiração para a crônica de hoje, e minha inspiração de vida, aqui vai o meu amor. Que ele chegue até Brasília e que chegue na casa de cada uma que está aqui.
E para você que me lê, que esse texto possa chegar até você com um refresh de juventude, aquela brisa que nos revigora, e nos faz tão bem. Pega o telefone e marca um encontro com a sua galera também.
Beijos e até quarta que vem.
ainda estou aqui
Ainda estamos aqui
… Lembro-me de que quando li o livro, tive a sensação de estar lendo algo sobre meu passado, sobre uma história muito difícil, sofrida, mas passada…
Respostas de 2
Lu, sua linda, meus “zoin” tão cheios d’água! Me deu saudade até do que ainda não vivi… Hehehe Ainda faltam 5 semestre pra eu me formar e sou tão nova; são tantos sonhos, projetos de viagem, planos pro futuro… espero que daqui uns 15 anos eu lembre que comentava seu blog e fale dele (muitíssimo bem, tá?) para os meus filhos. O tempo voa e passa muito rápido (falou a menina que vai fazer 19 anos rsrs), mas é tão bom conhecer pessoas nas quais nos damos bem e nas quais podemos ser nós mesmos, né? Isso tem se tornando cada vez mais raro hoje em dia. Também faço parte de um quarteto e eles são como irmãos pra mim! Os amo demais e amo mais ainda quando seus posts ”conversam” comigo! Beijo! :*
E eu amo mais ainda quando eu recebo essa mensagem tão linda sua. Espero que esses cinco semestres passem bem devagarzinho, que é pra durar e ter tempo de gerar as melhores lembranças. E eu vou amar se você puder comentar com seus filhos do meu blog. Espero estar escrevendo ainda, pois isso é sonho e pra sonhar, a gente pode a qualquer idade, né?
Um beijo, Vic Linda!