Desde que o meu avô morreu, eu ainda não aprumei a minha saúde.
Meu corpo tem disso, ele vai somatizando e vou sentindo dor de garganta, de barriga, tosse e, por fim, peguei a virose. É como se a alma relutasse tanto em sentir aquela dor profunda, a pior de todas, que ela joga a responsabilidade pro corpo aguentar o tranco. Eu consigo sentir dor em todos os músculos que tenho, imagine, então, como a minha alma não deve estar sofrida. Pobre de mim…
Mas tem uma coisa que é boa na doença, o único bem desse mal – se a enfermidade não for grave, claro: é o parar para se olhar, o parar pra pensar e o parar para se reprogramar.
Como bem cantou Lenine, é “…Quando o corpo pede um pouco mais de calma, quando o corpo pede um pouco mais de alma”. Quando a máquina humana começa a dar defeito, na maioria das vezes, pode ter certeza de que é a cabeça atuando.
Nessa hora, pare tudo o que você estiver fazendo e se escute. A dor pode ser na coluna, mas a origem pode estar na frustração. Pode ser dor de cabeça desencadeada pelo estresse. Pode ser uma alergia, mas a causa ser uma dor de cotovelo. Pode ser herpes advinda de uma tristeza. Pode ser uma virose, mas o motivo real ser uma fase da sua vida na qual você está perdida, insegura, ansiosa…
Por via das dúvidas, PARE e ouça-se. Ficar um, dois ou mais dias de molho não vai te causar dano algum na vida profissional, mas pode dar uma guinada na vida pessoal.
Já que você não está fazendo nada – eu, por exemplo, mal consigo me sustentar em pé -, bote a cabeça pra funcionar e organize-se, reprograme-se.
Procure reestruturar o comportamento que está lhe fazendo tão mal, ou a ideia fixa, ou o pensamento destrutivo. Observe se não é você a única razão de todo esse sofrimento, portanto, a única responsável por cessá-lo.
Planeje-se, bote no papel os seus projetos, sonhos, angústias e medos; olhando assim para a cara deles a gente consegue enxergar o tamanho do problema que, provavelmente, será bem menor do que a sua mente fértil imagina.
Aí, a tal da dor pode ir diminuindo e não passar de um simples calo no pé.
Pois é, mas já que adoeceu e, no meu caso, perdeu uma viagem para o Rio de Janeiro, aproveite os dengos e cuidados que você merece. Peça água, comidinha especial, carinho, ligue para quem você ama e conte suas lamúrias, ele/ela vai ficar com pena de você e vai te encher de mimos… Tudo isso é bem melhor do que Xarope, vai por mim.
Melhoras!
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4 respostas
Como é difícil lidar com perdas 🙁 mais difícil ainda quando é alguém tão próximo e que a gente tanto ama. Pouco mais de 30 dias perdi minha tão querida tia… Mas é vida que segue, né? Muito conforto pra você nesse momento, que Deus te abençoe. Beijooos querida Lu!!!! Fica bem.
Pois é Myka!
Lamento pela sua tia. Existem tias que são como mães, né?
Mas devemos, sim,seguir, e felizes, do jeito que nossos queridos iriam gostar de nos ver.
Bjs e obrigada pelo carinho.
Ow Lu, imagino a dor que você está sentindo. Sei bem como é perder o chão, perder o ar e perder alguém que se ama muito. Perdi meu avô um pouco antes do carnaval de 2014. Pensei que eu não fosse aguentar de tanta dor e saudade. Essa época de carnaval é uma tortura pra mim. 17 anos, naquela época, me trouxeram uma maturidade enorme e me fizeram refletir sobre a dor. Hoje eu tento pensar o quanto meu avô tinha orgulho de mim, o quanto ele ficaria feliz por saber que entrei na Estadual e tenho conquistados os meus pequenos e grandes sonhos, com apenas 18 aninhos. Não muito diferente de mim, eu sei que seu avô tinha orgulho de quem você é. Obrigada por transmitir seus sentimentos, que também são meus… Deus continue te abençoando, Lu. Você é muito querida. Beijos da sua leitora predileta! Hahahha <3
Vitória,
Suas palavras sempre doces, obrigada!
Lamento pelo seu avô, mas tenho certeza de que, de onde ele está, ele curte cada alegria sua, inclusive as de carnaval. Que você seja sempre muito feliz e continue conquistando seus sonhos.
Bjs