E eu, governo?

Estou estarrecida com o clima político do país! Não é pela corrupção, isso já é mais do que conhecido nosso, é pelo fato de perceber que quem está lá em cima não está nem aí com quem está por baixo, no caso, a gente.

É tudo invertido, nesse país.

Se fizermos uma analogia do governo com uma empresa teremos a seguinte relação.

Chefe é quem contrata e funcionário segue as regras impostas por quem o contratou. Ok! Então, no caso da política, quem contratou todos aqueles senhores e senhoras que lá estão, seja em Brasília, nossos estados, ou municípios, fomos nós, eleitores, que, com o nosso voto, aceitamos que tal candidato fosse a pessoa ideal para prover para mim e para os meus o que é de obrigação do Estado.

Contudo, o que está acontecendo é exatamente o contrário. Quem deveria estar trabalhando para o meu bem estar e de todos os brasileiros, está, com o meu dinheiro, advogando em causa própria.

O presidente da câmara, que me recuso a citar o nome aqui pra não manchar meu texto, fazendo chantagem com a presidente, que, por sua vez, tem lá suas culpas também. O vice-presidente, uma ameba durante todos esses anos, agora vem com cartinha de que nunca fora convidado para a brincadeira. Tadinho, quer um ursinho de pelúcia pra curar a carência? A titia aqui te dá um bem grandão. O partido da situação desesperado para permanecer no poder e a oposição, feito lobos, querendo comer a carne que sangra de lá.

Pontapés e cabeçadas, palavrões e insultos, depredação de patrimônio público (por parte dos congressistas). Cinco sessões e nenhuma decisão tomada que seja a favor do povo e não apenas de parte do congresso. Nenhuma votação do que deveria ter sido decidido, apenas um bando de animais loucos e preocupados em perder o seu poder.

Gente! E a gente?

Não vejo uma menção sequer que venha do congresso no que diz respeito à saúde, educação, saneamento básico, idosos, miséria, seca no nordeste, e no sudeste, zica vírus, violência e mais um monte de outros temas que devem estar lá para serem votados e ninguém se dá ao trabalho nem de abrir a gaveta pra olhar pro projeto.

O país se acabando em crise, investidores fugindo, dólar oscilando, uma multidão desempregada e as empresas tentando sobreviver a toda essa turbulência que foi 2015, e parece que vai ser 2016, e a nítida impressão que eu tenho é a de que os que deveriam nos representar não estão nem aí pra nós. Mas nem aí mesmo!

Parecem crianças brigando por quem é o dono da bola. Parece briga de torcida, parece barraco por ciúmes, parece guerra de morros, briga de gangues. Gente, é o nosso governo!

O que me assusta também é que nós, eleitores brasileiros, entramos nesta luta inglória. Toma partido, defende o impeachment, critica a oposição de golpista, torce por um, odeia o outro… Parece que aprendemos a jogar o jogo político do governo, o de que só interessa mesmo estar no poder, receber o salário e ter um canal para se dar bem às nossas custas.

Eu fico imaginando um jornal inglês fazendo a cobertura da situação política do país que irá sediar as olimpíadas de 2016 e me dá uma vergonha tão grande. Se isso estivesse acontecendo dentro de uma empresa privada, qualquer uma, já tinham sido demitidos uma dúzia, ou mais, só pela baixaria e pelo mau comportamento.

Eu não consigo torcer para lado nenhum, estou atônita, perdida, pois vejo que estou absolutamente desgovernada e tentando remar, sabe-se lá Deus pra onde que é pra ver se consigo sustentar as mais de sessenta famílias que eu emprego. Estamos, eu e minha equipe, conseguindo, mas clamando por um colo que deveria vir lá de Brasília, mas me parece que, por mais que eu chore, a mãe não ouve. Ela não tá nem aí.

Em meio a essa baixaria que está o congresso nacional, sinceramente, prefiro me colocar à parte. Como dizem nas linguagens de whats up, vou esperar virar um filme e torcer, fortemente, para que eu seja a mocinha que se dá bem no final e não me afogue nesse mar vergonhoso que se tornou a forma de gerir um país neste Brasil.

ORDEM e progresso, é só o que eu peço.

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