Eu me pergunto SE

Eu me pergunto SE
Às vezes me pego assim me perguntado: Quando será que vai dar certo? O que será que vai dar certo?

Me pego assoberbada e soterrada, meio desanimada. Me dá uma angústia de toda a troca, de toda a expectativa depositada e de toda a determinação.
Encuco com como as coisas da vida poderiam ser mais simples, como as pessoas se pegam, se emperram e emperram seu entorno por NADA. Como o ser humano precisa encontrar problemas para não se deparar com a realidade tão
boa. Seria a felicidade desesperadora?
Me pergunto se eu deveria estar mais informada, mais antenada… Ando acompanhando a política de rabo de olho e me pergunto se sou alienada, ignorante e se deveria me dedicar mais à Globo News, Veja, Carta Capital. Mas aí eu mesma me respondo que eu preciso trabalhar e não dá tempo de acompanhar essa novela diária, quer dizer, horária, porque muda de hora em hora. Não tô dando conta nem da novela das (ex) das oito, que dirá dessa que se atualiza como um tweet.
Daí eu olho para as pessoas que andam se ocupando da política e nem me pergunto, elas são as próprias respostas. Vejo-as com tanto ódio, tão infelizes, tão cheia de rancores, com tão menos amigo. Sigo o meu rumo.
Daí me dá uma certeza; de onde vem o medo vem também uma vontade, uma garra e uma gana de desbravar o mundo: Croácia, Micronésia, Tailândia, Nova York, Paris, Jalapão, Noronha… Ser escritora, ver meu nome assinando colunas de revista, ver pessoas se inspirando no que escrevo, dar cursos, palestras, participar de mesas redondas, conviver com pessoas que pensam e respiram arte… Conviver com os meus, fazer as pazes, ajudar, ver crescer, tomar uma cerveja, dar gargalhadas me sentir acolhida, querida, fazer parte…
Vejo que é tão pequeno meu mundo, mas tão imenso para mim. Converso com o meu pai sobre a “teoria do Nada” e sobre as galáxias e me sinto um acaso, assim como esse copo de vidro ainda sujo de suco. Qualquer dia ele pode quebrar, não dura muito não. Me assusto, mas me animo com a sorte de estar aqui.
Daí eu sigo, eu vou em frente sem nem saber pra onde. Faço uma aposta, jogo minhas fichas, crio coragem, vou, voo. Perco o medo do ridículo, esqueço os possíveis julgamentos e imagino meu palco, minha luz, eu brilho. Eu sonho, eu acho graça, eu converso comigo (em voz alta), eu danço em frente ao espelho.
Aí eu caio na real. Uma realidade que não são nem os primeiros parágrafos pessimistas desta crônica e nem os tão otimistas assim. É miscelânea de sonhos e medos, amores e mágoas, desejo e receio, nuvem e terra, angústia e prazer, sorrisos e choros…
E a certeza de que o caminho é a busca desse pôr-do-sol lindo e feliz. É o pedalar continuamente, ainda que com dor no joelho, dor de cotovelo e todas as mazelas juntas. E ainda poder contar com a sorte de ter pessoas como o meu pai ao meu lado nessa foto e minha mãe que fez o click.
Sigamos!
Bom dia!
Para encerrar, sempre com música, vamos com um dos caras que melhor cantou o “SE”. Djavan.

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