Maturidade | Serenidade aos 35

maturidade, serenidade, aniversário
Semana que vem eu completo 35 anos.
Chego à metade da década que me parece ser a mais desafiadora para uma mulher.
Os 30 anos esperam de nós que tomemos, ou que já tenhamos tomado, as principais decisões das nossas vidas.
Casar, deveria ter sido até nos vinte, mas vá lá. Ter filhos, também poderia ter tido no final dos vinte, né?, mas vá lá. Estabilidade financeira, sucesso no trabalho e uma plenitude, sempre com um semblante de realização.
Aos 30, espera-se que estejamos ainda superbem conservadas. Que o corpo volte rapidamente de uma gravidez, duas, três… Se continuar gordinha, é porque você é uma relaxada, que não se cuida.
Costumam dizer que os 30 anos é quando a mulher explode em feminilidade, vigor, apetite sexual… Uma loucura!!!
É, pois é, só que não sei se é bem assim não.
Passei a primeira metade da década tentado entender o que eu deveria fazer com ela.
Meu corpo parece que se inverteu. Passei a ter espinhas igual a adolescente e foi uma luta pra dominar as danadas. O sol, que sempre fez mal e a gente nem ligava, passa a cobrar seu preço e lá vem os primeiros sinais daquela praia delícia que se ficava, de meio dia às cinco da tarde sem protetor solar. Manchinhas, sardinhas, quando não aparece é um cancerzinho de pele.
Pois bem, chego aos 35 anos de idade e, de toda a listinha citada no início deste texto, não consigo ticar um ítem sequer.
Não tive filhos ainda e o relógio biológico está marcando colado. Os médicos começam a pressionar, pois nem eu, e nem você, gata, temos todo o tempo do mundo.
Larguei meu trabalho e não foi para trocar por outro que me pagasse mais, foi mesmo é pra virar estudante e mudar totalmente de profissão.
Saí de um casamento e da minha casa para morar com minhas tias, em outra cidade, num outro endereço.
É… Chego aos 35 aparentemente desvirtuada da minha idade, mas, quer saber, tô feliz que só.
Feliz porque somente agora eu consegui descobrir o que os 30 anos nos dá de melhor. É um trocinho chamado MATURIDADE, assim, com  letra maiúscula.
A maturidade te dá algo que é fundamental na vida, principalmente quando a dita cuja não sai conforme o planejado. A maturidade te dá serenidade.
Serenidade para esperar a poeira baixar, pra aguentar a dor da perda, para aguentar o que não foi.
Serenidade para ter paciência com quem te tira do sério. Serenidade para esperar a melhor hora de agir. Serenidade para mudar de rumo quando o caminho já estava gasto demais.
A maturidade te permite tomar decisões que, se fosse aos vinte, te chamariam de louca. Aos 30 podem até achar que você é, mas você não tá nem aí.
A maturidade te traz pro eixo, mesmo quando você está meio perdida. Parece que tem um imã central que te reequilibra de novo. Ela te traz o autoconhecimento.
Aos quase 35, ando descobrindo a grande vantagem de ficar mais velha. É uma delícia ser adulta, é muito bom saber quem você é, é um grande prazer se conhecer.
Recentemente recebi um elogio de uma das pessoas que mais estimo e que me motivou a escrever esta crônica:  “Luciana, você está muito amadurecida”.
É… Foi a duras penas, foi numa série de erros e acertos, choros e sorrisos, muita tentativa e muita descoberta, renúncia e insistência, pois é só assim que se amadurece.
Agora, aos quase 35 é que eu finalmente consegui perceber a que veio a era de Balzac. E consegui entender a delícia, e a dor, que ela traz.
Ainda bem que descobri a tempo, pois tenho a outra metade pela frente para usufruir o que conquistei ao longo de um loooongo percurso: a tão sonhada MATURIDADE.

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2 respostas

  1. “A maturidade te permite tomar decisões que, se fosse aos vinte, te chamariam de louca. Aos 30 podem até achar que você é, mas você não tá nem aí.” Lu, me abraça! <3

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