Meu mundo, meu umbigo

meu mundo meu umbigo
Depois que torci o pé e tive de imobilizá-lo, ando circulando tão pouco pelos quatro cantos que meu mundinho anda pequeno… Ando até sem assunto!
Tive de cancelar uma viagem delicinha pra São Paulo, na qual faria cursos relacionados aos meus hobbies: escrever e desenhar; não fui no aniversário da amiga querida, faz mais de dez dias que não vou à casa dos meus pais e faz o mesmo tempo que não vejo meu avô.
As distâncias, para mim, triplicaram de tamanho e, atualmente, penso duas vezes se vou mesmo voltar à geladeira pra comer mais, se vou no quarto pegar aquele documento pra pagar agora, se vou assistir televisão ou se fico paradinha onde eu estou, sem muitos movimentos, pois, a essas alturas, não dói somente o pé, mas os dois joelhos e a coluna, por causa do mau jeito.
É de casa para o trabalho, para a terapia e para casa. Quase só isso mesmo, sem praia, sem dirigir, sem badalar, sem comprar, sem ver direito a amiga que veio de Brasilia passar pouco tempo, e também, sem fazer as unhas, sem ir ao salão, até a vaidade fica restrita ao que se tem dentro de casa… Enfim, uma vida encurtada, limitada, e bem mais lenta.
Diante dessa experiência de meu mundo sem, quase, mim, ou seja, sem minha participação nele, chego a conclusão de que: A gente não faz muita diferença no mundo odos outros e nem eles no mundo da gente. A gente não faz muita diferença nem no nosso mundo! Rsrs
Calma!!! Não estou falando de afeto, estou da vida prática mesmo, dessa que te faz esquecer o melhor das coisas, os sentimentos.
Se eu disser que a vida está ruim, tô mentindo, pois, desde que tive de reduzir a velocidade cotidiana e inventada pelo nosso nada querido estresse, tenho tido tempo para várias coisas, como: a leitura, a escrita, a pesquisa sobre o que vou escrever, sobre viagens, para planejar, para sonhar e, principalmente, para curtir a minha preguiça. Ai, como é bom curtir uma preguiça sem culpa! Ficar na cama até mais tarde sem se crucificar porque deveria estar produzindo, criando, gerando riqueza, e, principalmente, passando e-mail para os outros, para eles vejam que você já está trabalhando.
Olho para as minhas unhas, que estão um horror e penso: “Mas eu não posso fazer nada! Não posso ir ao salão, não posso dirigir…” Então, já me perdoo de uma cobrança que antes era inadiável, já que sua unha diz tudo sobre seu zelo consigo mesmo, né? Vejam o exagero!
Concluo, então, que, sim, o nosso mundo gira em torno do nosso umbigo e as coisas que fazem parte deste nosso universo tem a dimensão e a relevância que nossa mente dá para elas.
Se estamos sem tempo, se não valorizamos o outro, se não cuidamos de nós mesmos, se não fazemos um trabalho bacana, se não viajamos mais, se não amamos mais e transamos mais, se não nos divertimos mais, se não passamos mais tempo em nossa companhia, em silêncio, se não somos o que queremos ser; a culpa é todinha nossa!
Todinha do nosso mundo e todinha do nosso umbigo e seu cordão umbilical VITAL ligado ao mundo do outro.

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3 respostas

  1. Só uma enfermidade inesperada para ficarmos em casa sem culpa, né? Eu já me forço a ir trabalhar mesmo gripado ou com pequenas doenças.

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