O que vale nessa vida é ter pessoas.
As nossas boas memórias geralmente são a dois ou a mais, quase nunca estamos a sós em nossas lembranças mais doces… E nas tórridas, é claro.
Nas viagens, por exemplo, geralmente lembramos muito mais dos casos vividos com nossos companheiros de viagens do que dos lugares em si.
Viajar sozinho também pode ter seus encantos. Você pode conhecer gente nova, ou, até mesmo, se conhecer, o que não deixa de também ser um encontro. Mas continuo achando que o outro ajuda a marcar mais os momentos inesquecíveis, agregam mais, colorem mais uma linda paisagem que, distraídos na solidão, pode nos passar despercebida, o Taiti “by yourself” não deve ter lá muita graça, penso eu.
Para mim, o que define a beleza de um lugar não são essencialmente os seus monumentos, arquitetura, praças, praias, museus, teatros e jardins. Isso tudo só serve para emoldurar o que há de mais importante na vida, as relações entre as pessoas que amamos.
Uma Paris só é linda se você estiver ao lado de seu amor ou de sua grande amiga ou com seus pais, filhos, irmãos. São Paulo só deixa de ser cinza se lá você tiver alguém que te acolha. Londres, Milão, Nova York, tudo, só tem graça se tiver gente nossa pra que possamos gargalhar junto, dividir responsabilidades (pois nas viagens também temos algumas), dividir uma bebida, um almoço e por aí vai.
Acho que as pessoas com as quais decidimos nos relacionar, seja de que natureza for a relação, são também um pedaço de nós, pois nelas depositamos sentimentos, esperanças, sonhos e expectativas. Deve ser por isso, então, que nos sentimos tão sós quando vamos para longe dos que queremos bem.
Já viajei só e ganhei de experiência a solidão e a lição de que, ainda que eu adore ficar sozinha de vez quando, só viajo se for “encangada” com alguém.
ainda estou aqui
Ainda estamos aqui
… Lembro-me de que quando li o livro, tive a sensação de estar lendo algo sobre meu passado, sobre uma história muito difícil, sofrida, mas passada…