O que o Papai Noel pode nos ensinar sobre o Natal. Nada, mas vale a leitura :).
É assim, eu tenho mais ou menos umas sete crônicas que eu escrevi por aí: num guardanapo, na contracapa de um livro (escrevo em todos :)), num caderno, ou num pedaço de papel; as quais eu nunca publiquei.
Sempre fico assim pensando que é bom eu ter esse estoque para no caso de um dia eu dar um “tilt”, um branco, ou o famoso bloqueio criativo e não ter o que falar na quarta-feira.
Só que, toda vez que chega o dia de escrever e eu me pego falando comigo mesma: “Hoje não vai ter jeito, vou ter de usar as coringas”, eu – ansiosa como eu só – penso que pode ser que mais na frente eu R E A L M E N T E precise usar as tais croniquinhas da manga e aí não vou tê-las.
Coisa de gente ansiosa, gente! Se você não se identifica por favor tenha piedade, não me julgue, isso acontece com mais freqüência do que você imagina.
Mas vamos em frente.
Hoje era uma dia que eu ia bem usar uma das que estavam guardadinhas, dado que, desde que cheguei do Rio pra passar as férias em Fortaleza, eu não tenho tido tempo de me sentar pra trabalhar, pra escrever, pra criar, pra nada.
Claro, né? Quem tá de férias não tem tempo de pensar em afazeres e vice-versa. Eu nem reclamo, nem das férias, nem dos afazeres, amo os dois.
Também não teria muito sentido, em pleno dia 21/12, falar de outra coisa que não fosse do Natal né?
Independente do que o Christmas Time significa pra você, se acredita ou não que ele celebra o nascimento de Cristo, se você acredita ou não em Cristo, se crê em Deus, se acha que é uma data absolutamente comercial e consumista, se não comemora em família, se fica melancólica, se ama tender, mas odeia o peru, ou vice-versa. Não importa, é Natal em boa parte do mundo e só se fala disso.
Tudo bem que esse ano, assim como os quatro últimos, foram tão atabalhoados que, confesso, só me dei conta de que era Natal – a época do ano que mais gosto – e que já era hora de eu ficar, feliz lá pelo dia 19 deste mês.
Já faz tempo que o clima nas conversas, nas rodinhas, nos jantares e principalmente, no facebook é de reclamação tristeza, raiva e rancor… Tô começando a desconfiar de que dias melhores não virão e de ser esta a nossa realidade pós moderna, pós-globalização, pós-redes socais, pós-vitórias das coisas fúteis, pós-falta de reflexão, pós-intolerância, pós-etc.
Quem vai se dar bem é aquele ou aquela, que conseguir abstrair desse inferno astral no qual mergulhamos. É quem conseguir olhar pro seu micro mundo e encontrar a alegria no sorriso de um filho, na companhia da sua mãe, numa conversa bacana com seu pai numa promoção no trabalho, ou, até mesmo, numa demissão que te levou para um rumo muito mais legal.
Como diriam todas as gerações, “os tempos são outros” e já tá mais do que na hora de deixarmos de nostalgia e nos adequarmos ao que temos. É hora de readaptar.
Eu devia deixar essa crônica era pra semana que vem a pré- 2017, mas vou escrever logo ela hoje porque foi hoje que ela baixou em mim.
Segue uma listinha de sugestões para que seus próximos Natais não venham com essa estranha sensação de que estamos em meio ao caos e só o que salva é a rabanada e o amigo secreto:
- Pare de compartilhar notícia ruim. Sabe aquela música: Não cale na boca notícia ruim? Faça exatamente o oposto. Seja você a quebra dessa corrente. Leu, foi ruim, ninguém vai poder fazer nada pra ajudar? Delete.
- Não fique em guerrinha de partido político nas redes socais. Muito menos perca suas amizades de uma vida inteira por causa disso. Já tá mais do que provado de que quase ninguém ali é santo e o político pelo qual você está “se passando” nas redes deve já estar é de férias em Itacaré e nem te convidou pro rega bofe. Otário!
- Nada de fatalismos. Nada de hipérboles. Nada de generalizações. Por exemplo: “Todo mundo está desesperado com a guerra civil da cidade do Rio de Janeiro.” Não é bem assim, nenhuma das três afirmações e isso contribui para disseminar essa catinga de mal estar.
- Faça alguma coisa que te deixa feliz. Se trabalhar é teu hobbie, mete a cara. Se não for, acha alguma outra coisa. A vida ganha cor com atividades as quais fazemos sem sofrimento.
- Leia livros bobos, daqueles que não te levam a lugar nenhum, não te ensinam como ficar milionário, nem como salvar seu casamento, mas que fazem você dar umas boas risadas. São ótimos!
- Atividade física sempre é bom. E uma cervejinha também, claro.
- Conviva. Interaja. Socialize. Mesmo que você pense que não tem tempo. Se você juntar as horas que fica feito besta passando o dedinho na telinha do celular, dava tempo de ter ido jantar com suas melhores amigas ao vivo. Incrível não? Surreal!
Tá bom, chega! Eu poderia ficar aqui até o item cinquenta, mas vai ficar chato.
Era pra eu ter falado mais do Natal, né? Era pra ter dito que eu desejo que o espírito desta época do ano invada a sua casa e faça morada na sua vida. Era pra ter desejado felicidades luz e paz… Ou é no aniversário que a gente deseja isso?
Bem, de qualquer forma, nesta despedida desse ano, no mínimo, confuso que foi 2016, que o seu Natal seja um momento de voltar às suas raízes, de fortalecer os seus laços, de reavivar seu porto seguro para que tenhas sempre coragem para encarar essa coisa louca e deliciosa que é viver.
Boa reunião de gente amada para você.