Até o sabático precisa de férias

Sabático. Fonte: http://organizup.com.br/blog/blog/2013/11/periodo-sabatico
Sabático. Fonte: http://organizup.com.br/blog/blog/2013/11/periodo-sabatico


Tirei umas férias do que um amigo chamou de meu ano sabático. Desde que me mudei para o Rio de Janeiro e abandonei o trabalho, minha casa, um casamento e família cearense, parece ser isso mesmo que estou vivendo, um período sabático.
Acontece que, até onde eu sei – até onde eu assisti no cinema ao filme: Comer, rezar e amar – este período em que nos destinamos a nos desligar de tudo o que temos e até do que somos deve ser algo que nos deixa mais leves e relaxados, né?
Doce ilusão!
Já falei sobre isso nesse post aqui, não há distância que nos afaste dos nossos medos, das nossas ansiedades, das nossas saudades, dos nossos problemas, de nossas neuras, nossas chatices, nossas dúvidas, amores não correspondidos, corações partidos e tudo o mais que nos identifica e que nos compõe como pessoas únicas.
Os pensamentos e os sentimentos são como parte integrante do nosso corpo, que mudam, crescem, decrescem também, mas fazem parte de quem nos tornamos por essa vida afora.
Neste período “sabático” em que me encontro vejo que muitas coisas internas se desorganizam, nos desafiando diariamente a aprender a lidar com o que não conhecemos, precisando aprender a buscar respostas de algo do qual nunca ouvimos falar, são novos cenários, uma nova história pra escrever só que num roteiro nunca dantes imaginado, com novos atores e tendo você, só você no início, como o protagonista e, se tudo der certo, o herói de sua história.
É uma jornada difícil!
Por mais que nos mudemos para dentro do mesmo país, tudo é diferente. A cultura muda completamente e as relações, os abraços, os sorrisos, até mesmo o caixa do supermercado é diferente do de costume. Tudo é novo quando somos aprendizes.
Daí os dias vão passando, você vai vivendo… Bem ou mal vai se equilibrando nessa nova corda bamba que se apresentou no caminho o qual a sua própria pessoa escolheu. Vai sorrindo aqui, descobrindo-se mais forte do que contava ali, chora um bocadinho, teme outro tanto.
Você tenta ser forte, voltar atrás, jamais, até porque existem mudanças que não aceitam retorno. É como se o cenário que era tão igual se alterasse exatamente no momento no qual você escolheu fazer diferente. Não tem volta! Pelo menos não pro mesmo ponto.
E isso é bom, eu acho. Já pensou se pudéssemos congelar as cenas das quais queremos nos livrar, mas temos medo de nos arrepender? Seria uma vida sem frio na barriga. Chata, ainda que tentadora.
Porém, bobo é quem pensa que ser forte é seguir só. Qual o que? Ser forte é saber reconhecer o exato momento em que fraquejamos e correr pra pedir ajuda. A dor deprime e não há força capaz de lutar contra ela sozinha.
Pois bem, se você se permitir, em meio a essa bravura de seguir em frente, vêm alguns momentos de brandura, de acalanto… É como se uma força maior do que você dissesse: Tenha calma, não se cobre tanto, não se puna tanto, respire e principalmente abrace os seus.
Foi o que eu fiz.
Peguei um voo para estar com minha família em um evento lindo de casamento de um primo. Foi quase uma semana ao lado das pessoas que mais amo nessa vida: mãe, pai, sobrinho – a coisa mais gostosa da tia Lu – primas, primos, tios…
Dormir na casa dos meus pais, comer a comidinha da Val, jantar na casa da Letícia e lanchar na casa da Tia Vera. Apertar todas as dobrinhas do Nelsinho e brincar com a Lala e a Lili. Conversar com a Bia, Beta Sarah, Marcia, Isinha, rever Aline, Marina e Laïs. Rir com as meninas – todas acima de 30, mas meninas como eu, claro – receber carinho de mãe e pai…
Olhe, eu me esbaldei!
Não há cansaço maior do que o cansaço emocional. Aquele que está frustrado, carente, meio incompreendido, meio perdido. Aquela exaustão de nadar, nadar e não encontrar a linha branca da praia que vai te dar pouso. Uma fadiga de uma luta que é interna e, portanto, diária entre você e as neuroses que você cria.
Se eu estou arrependida da escolha que fiz? De forma alguma, de jeito nenhum. Não mudaria nadinha do que fiz só precisava me reconectar com meu eixo, e família é equilíbrio.
Contudo o outro lado do desconhecido é a delícia de simplesmente ser expectadora de sua própria vida e poder buscar por tudo de novo e de bom que ela pode trazer.
“Isso pra mim é viver”  – Djavneando
Bora ouvir?
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6 respostas

  1. Muito bacana. Essas mudanças são o maior incentivo para a criação. A comidinha de casa e os abraços na família são gostosinhos mas esse mundão é grande e tem que ser desbravado por pessoas de sensibilidade. Vai nessa. Parabéns.

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