Assim, meio que por acaso – Dia dos namorados

Assim, meio que por acaso – Dia dos namorados
Assim, meio que por acaso, a vida se reorganiza.
Como um rio cujas águas sabem exatamente onde querem chegar, ou, pelo menos, para onde devem seguir, a vida sempre vai dando um jeito de entrar nos eixos.
Um dia parece nublada, meio turva, confusa, confundindo-nos. Buscamos respostas e as portas se fecham, pessoas se afastam, faltam palavras e explicações. Desespera-se.
Dúvida! \;gg[[
A gente segue, as horas rastejam, o dia anda lento, o tempo voa. De repente, outro dia, semana, contexto.
De um fim, um recomeço. De alguns “nãos”, o primeiro “pode”. De silêncios, um gemido, um prazer. De você, outra.
12/06 – Dia dos namorados – 2016 – “A partir de hoje eu não sou mais sua mulher”.
Disse Júlia a Pedro na sala de casa, após trocarem os presentes em meio a toda aquela frieza e distanciamento que as brigas fizeram em seu casamento.
De lá pra cá, um ano, exatamente um ano – 12/06 – Dia dos namorados – 2017. Júlia acordou sem a menor pretensão para este dia. Não fez as unhas, nada de calcinha nova, muito menos roupas. Não preparou um jantar, nem se programou para ele. Ao contrário, marcou um samba com as amigas.
Sambou, sorriu e foi feliz. Não esperou por nada, não buscou por nada, apenas foi inteira num dia em que as pessoas são metades para formar um só. Júlia bastou-se.
Ao final da noite, uma mensagem e Júlia, inteira e ingênua, disse que estava morrendo de fome. Bora comer alguma coisa? Vixe, vai tá tudo cheio. Tô com fome! Bora tentar? Bora.
E, sem fila alguma, Júlia sentou-se junto ao desconhecido. O acaso se encarrega de furar o desnecessário. Sushis e caipirinha se encarregaram de unir os dois numa longa conversa. Fizeram planos pra frente, dias à frente apenas, nada que pudesse fazer daquele encontro mais um cliché de eternidade. Júlia anda desconfiada e abusada da eternidade. Ora, “minha cara, pra que tantos planos?”. “Temos todo o tempo do mundo. Somos tão jovens”.
A historinha de Júlia é fictícia, mas poderia ser a sua, a minha. Assim, meio que por acaso, a vida vai se encarregando de seguir seu eixo, feito um rio, cujas águas sabem exatamente onde querem chegar, ou, pelo menos, o rumo que devem seguir.
Moral da história: a felicidade tem que te encontrar feliz. Ela não é o oposto da tristeza, quem oscila entre esses dois extremos, pode encontrar na outra ponta o desespero, a felicidade pode vir disfarçada de excitação, expectativa, fantasia.
Bom é quando você entende que felicidade é cotidiano, é banalidade, é paz. Bom é quando você percebe que o que te falta não é seu todo e que, como os afluentes, tem sempre algo ou alguém jogando pitadas de alegria no seu rio, no seu dia na sua vida.
Navegue.
Se você gostou dessa crônica, acho que também vai gostar dessa aqui e dessa aqui, ó.

Você também pode gostar

Deixe aqui o seu comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.