Pra não dizer que não falei de amor.

Meu povo, hoje vocês vão me desculpar. Não tô com criatividade alguma pra escrever.
Não estou achando que o mundo parou e nada de novo aconteceu, muito menos que dentro de mim a fonte inesgotável de sentimentos que geram reflexões secou. Não é nada disso.
Mas é porque hoje eu coloquei aparelho nos dentes debaixo da minha boca e ainda coloquei um holter que deverei ficar por 24h. Com o aparelho devo ficar por um ano, isto é 8560 horas + 6 horas, pois a gente aprende na escola que o ano tem 365 dias e 6 horas e essas horas contam pra caramba quando se está com um duas barras de ferro na sua boca. Tenho a sensação de ter ido à academia e mastigado dois alteres daqueles. Um horror!
Então, com tanta aparelhagem em cima e dentro de mim, mexendo com meu corpo, minha autoestima e meu juízo, nesta quarta-feira, sinceramente, tudo o que eu penso, sinto, amo, sofro, repudio, quero, enfim, tudo o que me inspira a escrever é imediatamente barrado pelo desconforto no qual me encontro.
Juro que cheguei a ficar com pena de mim, mas resolvi deixar dessa conversa e pensar no meio copo cheio.
Ainda bem que eu tenho condições de ter um plano de saúde bom que me permite ir em um dos melhores hospitais da cidade para fazer esse exame que muitos nem têm condições de fazê-lo (P.S.: Depois do Michel Temer, ando meio sem graça de usar as próclises, mesóclises e ênclises, mas vou perseverar, acho bonito. rsrs).
Ainda bem também que tenho condições de colocar essa ferradura na minha boca e poder dar um jeito no que eu nem sabia que estava errado. E até que não ficou tão feio assim, deu um ar mais jovial à minha pessoa :).
Essa visão otimista é porque é cada coisa que se vê e se lê que, misericórdia, só Alá na causa. Li um artigo do El País, hoje, que cita um clube de elite no Rio de Janeiro no qual as babás das crianças, filhas de milionários, não podem usar o mesmo toilete que as “madames” usam no clube. É daí pra pior, se quiserem conferir, segue o link: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/05/27/actualidad/1464300764_523657.html).
Veja você, a criatura que cuida do bem mais precioso da família, o filho, já que pais e mães trabalham ou, simplesmente, delegam esta tarefa que é bem complicada e, muitas vezes, desconfortável, esta própria criatura é tratada como um ser inferior, sujo, nojento, de outra espécie, isto é, com preconceito.
Muitas vezes essa babá tem filhos da mesma idade dos que ela cuida e tem de passar longos quinze dias longe deles para garantir seu sustento e ainda tem de ser maltratada e passar por humilhações.
É, colega, tá difícil, viu?!
Portanto, esse incômodo passageiro, ainda que longo, ainda que esteja me bloqueando o pensamento, tirando a minha inspiração, ainda que encha o saco e eu tenha vontade de arrancar de mim, é, na realidade, uma benção, é uma sorte, é um presente e eu parei já de reclamar. Pronto!
E por hoje é só, não dá mais pra extrair nada de mim. Estou cansada só de me sustentar em pé com tanto peso que adquiri nas últimas horas. Nem consegui comemorar direito uma vitória que tive hoje mais cedo. E nem dei o devido valor ao que uma amizade foi capaz de fazer por mim… Vou já agir nesse fato :). E ainda ganhei do maridão dois presentes lindos por estar debilitadinha… É, acho que meu dia tá muito mais positivo do que o contrário.
“Vambora” sacudir esse marasmo que, na vida, tenho mais a agradecer do que reclamar. Ufa!
Espero na semana que vem já está melhor, aí, prometo que compartilho com vocês da vivência que estou tendo em avaliar uma campanha da minha empresa sobre o dia dos namorados.
É o seguinte, vou contar só um pouquinho porque não me aguento: Pedimos para que as pessoas nos enviassem suas histórias de amor e a melhor delas ganhará um superprêmio no dia dos namorados. Foi cada coisa linda que chegou…
Mas deixa pra depois.
Bjs.