Que 2022 leve… Para que 2023 seja leve

que dois mil e vinte e dois leve

Dois mil e vinte e dois está indo e junto com ele eu quero que se vá muita coisa que os anos vêm arrastando há séculos.

Um pouco antes, mas precisamente desde o final de dois mil e dezoito certamente, os dias arrastaram uma corrente que por mais que eu tentasse, minha boca tendia a pender para baixo meu sorriso… Nunca dava pra ser tão largo, sempre tinha um troço que ia minando minha energia… Eu sei e você sabe muito bem do que/de quem estou falando, por isso, nem vou contaminar minha página aqui com o chorão do palácio.

Pois que dois mil e vinte e dois leve de vez a desgraça do coisa ruim e que a gente possa ter um respiro após a pulsão de morte que nos geriu pelos últimos quatro anos. Que dois mil e vinte e dois leve este ser que era a favor de tudo o que eu sou contra e contra tudo o que sou a favor. Dele, a única coisa que concordei foi com o “pix” e parece que ele nem é o pai sozinho da criança. O “imbrochável” é corno. Não que isso seja defeito, defeito mesmo é ele.

Ele é contra gays, pobres, negros e mulheres, pois eu sou a favor da ascensão de nós “todes” a todos os lugares que a gente queira estar, formar a família que a gente quiser formar, se quiser formar. Que a liberdade de simplesmente poder existir sem que ninguém venha encher o saco de ninguém seja um percurso que se siga adiante, e não que tenha retrocessos por parte dos caretas encabeçados por aquele troço acolá. Vaca de divinas tetas, derrame o leite mal na cara dos “puretas”

Que leve o desprezo pela cultura, pela arte, pelos povos que nos deram origem, que possamos voltar a recontar a história que a história não conta, que é o que vínhamos fazendo ao longo dos últimos anos até a chegada do final de 2018. Que leve a rixa entre as pessoas e o incentivo ao ódio, porque o coisa ruim só cresce onde as pessoas se odeiam. Que leve a pobreza de espírito, a covardia, o deboche com a dor dos outros e a irresponsabilidade de nos abandonar quando mais precisamos de alguém que nos liderasse de forma que nos salvasse a vida. Morremos quase setecentas mil famílias: morremos de saudade, de preocupação, de medo, das sequelas e da morte mesmo. Que 2022 leve o desumano!

Que leve essa pandemia, que leve de vez o que 2019 nos tirou. Que leve a proibição do abraço, do contato e o medo dos netinhos contaminarem avós. Que leve os lugares vazios, falidos e devolva as multidões, os cafés lotados, a gente falando pertinho um do outro, gargalhando e trocando perdigotos que não sejam capazes de nos matar. Que não leve o isolamento, o distanciamento social e a máscara (essa, talvez, fique por etiqueta: tá dodói e vai sair? Vai visitar um bebê recém nascido? Vai visitar um idoso debilitado? Não custa nada botar uma máscara, vai que você está transmitindo algo que nem sabe.), mas que não precisemos dela pra ir a qualquer lugar. Que leve a água sanitária que estragou portas, roupas, móveis, que junto com o álcool em gel tirou o verniz de toda a mobília da sua casa.

Que o ano que vem nos traga a possibilidade de juntarmos os cacos espatifados das relações destruídas pela incompreensão, pelo fanatismo, pelo desrespeito, pelas notícias falsas, pelas palavras duras. Que possamos enxergar um fio da ponte queimada e que, por via dela, possamos retomar afetos.

Que dois mil e vinte e três nos devolva a saúde física e a sanidade mental.

Que dois mil e vinte e dois que teve, sim, seu lado bom, claro, deixe apenas o que foi bonito, o que foi leve, o que nos afagou o coração, o que o fez quentinho, o que nos encheu de gratidão… O resto, que ele leve, leve, leve….

… Para que 2023 seja leve, só isso, sem grandes sustos, que as surpresas sejam de nos arrancar sorrisos, que seja regado à banho de mar, vinho à dois e cerveja a muita gente querida. Que seja cheio de encontros, de abraços de crianças e que as crianças possam crescer em famílias unidas de novo.

É o que eu desejo neste finzinho de ano para mim e para você e para com quem você brigou e eu também. Amém!

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