Segunda-feira e suas implicações

Amanhã é segunda-feira, dia internacional de tomar algumas resoluções na vida. Começar a dieta, fazer exames, renovar a carteira de motorista, ligar para clientes antigos, botar em dia as pendências de sexta-feira passada que ficaram esquecidas em meio à euforia do final de semana vindouro.
Segunda-feira tem esse poder sobre nós, o de nos colocar nos eixos, nos puxar par a realidade, de nos fazer esquecer, pelo menos por um dia, que o bom da vida (sol, praia, cerveja, namoro, amigos, etc) ficou pra traz ou ainda está por vir, mas vai demorar uns diazinhos.
Nesta minha segunda-feira tomarei duas resoluções de extrema importância para uma mente que não pára no próprio corpo e para uma alma que é pra lá de inquieta e que, se dependesse dela, estaria todos os dias no Rio de Janeiro, na praia, ou em Paris, avec, tomando vinho e comendo queijos… Tá vendo? Já viajei na maionese.
Mas voltando à segunda-feira e minhas resoluções, comprarei uma mesa de escritório e um computador. Tem coisa mais concreta e mais início de semana do que isso? Não, né? Pois é assim que eu vou fincar pé na realidade.
Viver saindo, sem pouso certo, indo e voltando, sentando na mesa que não é sua, usando o computador da firma (coletivo) dá a impressão de que tudo está meio solto, principalmente você mesma.
Sei que é muito bom ter um espírito livre, horários flexíveis, ser dona do próprio tempo e trabalhar ou fazer somente o que se gosta. Mas a verdade é que existe um “eu” insubordinado e meio infantil dentro de cada um de nós que, se não for domado, termina por desnortear o adulto que tem de ser sério, competente, dedicado, profissional, dar bons exemplos e blá, blá, blá.
Sei também que, assim como a infância, essa fase adulta (meio chata e careta) passa e chega a tal “terceira idade” ou, melhor dizendo, a “segunda infância” Aí a mesa de escritório, o computador, a concretude da vida dão espaço para teatros, cinemas, viagens, amigos, aulas de dança, de pintura, netos (que preferem mil vezes a casa dos avós, pois lá se pode fazer e comer tudo o que se quer, já que o nono e a nona sabem bem que toda àquela rigidez de um adulto não dá em quase nada no futuro).
Enfim, voltamos a ser crianças e deixamos fluir a nossa mente maluca que domamos ou, pelo menos, tentamos durante uns 30 anos ou mais de nossas vidas.
Mas eu tô só começando a tal fase adulta. Tenho pela frente mais uns trinta anos de fingimento dessa maturidade que deve brotar neste estágio. E já que é pra brincar de responsável e para enganar-me por um bom tempo, que venham a mesa de escritório e o computador.
Tô pensando numa mesa amarela com uns porta-lápis coloridos, com canetinhas e pastas com design legal e cadernos com cor para me organizar, que tal?
Ops! É pra brincar de ser adulto agora.
Ok! Mesa cinza e computador preto, terninho e salto alto.
Boa semana!
Texto escrito num domingo à noite.

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