Sobre Ler e Conviver

Tenho um problema com a leitura! Principalmente com a dos autores de quem mais admiro, pois tenho mania de achar que suas mensagens são um sinal para mim, uma indireta divina que me fez estar lendo aquilo para que eu pudesse agira de alguma forma.
Leio marta Medeiros falando de “recomeçar”, de “vida nova”, de “outra chance” e já penso se não deveria largar meu emprego e praticar meus sonhos. Leio Carpinejar e suas crônicas sobre o amor e já acho que acho que devo fazer mais pelo meu casamento ou então o contrário, o artigo é tão enfático e tocante que já penso estar indo na direção contrária da felicidade.
Isso acontece também com as revistas, claro que com as que respeito, como: TPM, Vida Simples. às vezes folheio as páginas meio de soslaio com medo dos conselhos fuzilantes que considero estarem ali como se fossem um diagnóstico, ou pior, um destino.
Carentes que somos e cada vez mais solitários em meio a tantos amigos virtuais desconhecidos e os amigos de verdade sem tempo para nós e nós para eles, a gente vai perdendo algo fundamental para a perpetuação no nosso “prumo” e da nossa sanidade, que é o DIÁLOGO com nossos amigos e familiares.
É o conselho, é alguém que discorda dos seus pensamentos neuróticos e consegue lhe acalmar, alguém que lhe aponta o dedo ou que lhe dá a mão nos momentos em que você não aguenta mais discutir consigo mesmo sobre as consequências do que está pensando em fazer.
Encerrar-se em si mesmo e achar que se basta para resolver seus próprios problemas é um erro. O ser humano é incapaz de sobreviver sozinho. Não há livro de auto ajuda que dê jeito em uma solidão e, sinceramente, acredito que aquele casal que enriqueceu juntos há uns dez anos, já devem estar separados e um já deve ter roubado tudo do outro. A vida é desorganizada e a gente é um caos.
Não é amargura e nem uma apologia a não leitura. Eu adoro ler, pois abre a cabeça, nos transporta pra outra realidade, nos faz refletir sobre comportamentos, gostos, opiniões… Contudo, tenho buscado cada vez mais os métodos antigos de convivência, ou seja, a presença, um telefonema e a saudade, pois ela também faz parte da vida e, por vezes, é melhor preservá-la do que criar uma ilusão de falsa convivência com alguém. Curtidas no Facebook não são abraços.
Acabei de ler uns dez artigos do Carpinejar, muito legais, mas já agendei com minhas primas um jantar para hoje, com minha amiga do Rio um café na sexta e com as tias cariocas um almocinho básico pra gente matar de verdade nossa saudades.
Sabe como é, né? Se eu não falar, não esvazio o pensamento e minha cabeça explode!