Virose, a volta pra casa dos pais.

Passei cinco dias com virose hospedada na casa dos meus pais, minha casa sempre, pois o marido estava viajando e eu não tinha condições de ficar sozinha. O resultado desta saga contra um micro ser que quase me acabou foram três quilos a menos, três dias sem trabalhar e assistindo sessão da tarde (é alucinante o misto de culpa, sensação de inutilidade crônica misturadas com uma liberdade esquecida lá na infância), uma semana sem computador e praticamente sem internet, pois meus pais são ultra modernos e vivem num tempo a frente do nosso, no qual as pessoas podem ligar umas pras outras em vez de mandar recadinhos, é o máximo. Isso explica porque não postei na última quarta-feira, sorry.
Uma semana também aos cuidados da mamãe. Senhor, que pessoa linda é esta? Lá pelo terceiro dia passando mal ela veio dormir comigo no meu quarto porque comecei a chorar, pode? Era sanduichinho, almocinho, franguinho grelhado, aguinha e todos os carinhos do mundo. Meu pai não ficava atrás, comprou suco e até absorventes pra mim. Ah! E ainda se prontificou a passar na minha casa só pra secar um vasinho de planta, pois achei que poderia acumular aedis aegypti. Sem contar na minha tia que, lá do Rio de Janeiro, me consultava e me acalmava. Na boa, escolhi nascer numa família incrível nesta encarnação.
Agora já estou em minha casa novamente, com marido e tudo e, sendo bem sincera, vou morrer de saudades da semana passada. Não do “passar mal”, claro, isso foi um horror, mas o que esta semana me trouxe. Tinha jurado pra mim mesma que iria mudar de tema, dessa coisa de que o tempo pede para o corpo parar, que devemos curtir o momento sem muitas cobranças e culpas, mas aconteceu comigo nesta semana e é só o que me vem à cabeça.
Adoeci, não tinha pra onde correr, era OBRIGADA a parar. Cheia de trabalho pra tocar, mil coisinhas pessoais pra resolver, uma viagem de trabalho pela proa, reuniões para confirmar e eu na casa da mamãe vendo televisão ou dormindo (isso, claro, nos curtos intervalos entre passar mal e passar mal), recebendo mil carinhos e mimos.
Convivi intensamente com o que mais amo na vida, pai e mãe, tive tempo pra pensar em nada e pra não fazer nada. Vi que o mundo anda perfeitamente sem mim e eu vivo muito bem obrigada sem ter de estar checando em tempo real o que acontece por aí com gente que nem conheço. Quase uma semana sem redes sociais, gente, isso é uma delícia, libertador! Whats app? Sabia nem o que era e, vendo depois as 81 mensagens (era pra ser mais, mas saí de alguns grupos depois que fui assaltada e nem retornei ainda) vi que apenas uma era de extrema importância, a de uma querida que me dizia estar grávida. Contudo, como somos melhores amigas, passei o dia inteiro pensando nela e liguei à noite pra saber do resultado. Digo pra vocês que foi muito mais gostoso ouvi-la FALAR a notícia e só não fui lá dar aquele abraço (pois este é o estágio maior de superação às redes sociais) porque ainda estou doente, mas logo, logo, irei.
É isso, mais do que isso é repetição sobre o mesmo tema. Mas, quer saber?, acho que tenho de repetir mesmo que pessoas valem mil vezes mais do que as coisas, que mensagem não substitui uma fala, um olhar, que a saudade só diminui com o tom de voz, que estar perto dos que amamos e nos querem bem é a cura para todos, digo TODOS, os males, que seguir apressado neste mundo que tenta nos enlouquecer é um erro e que eu até topo pegar uma virosezinha (bem mais leve, por favor!) se for para poder voltar a ser criança e reviver o que é amor de mãe 24h por dia em sua plenitude.
Até quarta!

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